sábado, 8 de maio de 2010

@ CAMBODIA!!!

Depois de longos quase 2 meses, finalmente o primeiro feriado da Coréia aconteceu... a faculdade acabou juntando as datas e ficamos com 4 dias livres na semana. Não é muito tempo mas dá para tentar fazer alguma coisa... resolvi então ir para o Japão, tudo certo, vi passagem, hospedagem e aí, só depois eu tive a brilhante idéia de confirmar se brasileiros precisavam de visto.

BINGO!

Não só precisa como eles só faltam pedir teu último resultado de raio x, fala sério!!! Precisa mostrar extrato bancário, contra cheque, roteiro da viagem, e blá blá blá. Desisti e resolvi deixar o Japão para depois, precisava então achar um outro lugar que não precisasse de visto o mais rápido possível do contrário as passagens iam ficar absurdas. Daí pensei no Laos. Sempre tive vontade de conhecer essa parte da Ásia e seria uma boa chance SE eu não precisasse de visto também.... Vietnam, também precisa e aí finalmente cheguei no Cambodia. Não era minha primeira opção mas com certeza não poderia ter feito escolha melhor!
Pode parecer piegas MAS essa viagem mudou alguma coisa dentro de mim e eu sei bem o que é: certeza mais uma vez de como precisamos agradecer todos os dias de nossa vida por tudo que temos, pois não fazemos idéia do que pessoas pelo mundo afora passam e ainda sim, superam!
Como é muita coisa para contar, irei dividir essa viagem em 2 partes: Phnom Phem e Siem Reap, as duas cidades que tive a chance de conhecer.
Bem considerando o fato que eu eu moro na ilha de Lost, antes de comecar a viagem tive que encarar a mini-trip de Gwangyang para Seoul. Cinco horinhas dentro do busão mas que dessa vez passaram super rápido pois dormi o tempo todo. Cheguei em Seoul, peguei o metro (mais uma vez, o super-hiper-ultra metro que te deixa no terminal de embarque do aeroporto) e depois de quase duas horas e umas mil baldeações (nem tudo são flores) cheguei no aeroporto. No caminho aconteceram várias coisas engraçadas: uma senhora puxou papo comigo e começamos a falar da vida e tals... ela me convidou para ficar na casa dela caso eu fosse para Seoul e me deu o telefone, endereço e email dela (nunca tinha me visto na vida MAS foi uma das pessoas mais doces que conheci). Qdo eu desci do metro para mudar de linha, uma outra senhora me olhou, me olhou e ficava me encarando direto. Comecei a achar que ela me conhecia mas que eu não estava lembrando dela, mas não era nada disso. Ela sacou da bolsa um chocolate, me deu e disse: "Espero que vc tenha uma boa viagem"! Achei super fofo mas nem tive tempo de agradecer porque ela saiu correndo e entrou no metro.
Enfim, cheguei no aeroporto, esperei umas 2 horas e finalmente embarquei.
Cheguei em Phnom Phem as 10 da noite e um ex aluno da faculdade estava la me esperando para me ajudar a achar o Hostel. Essa parte mais uma vez é a prova da minha sorte.... quando comentei na facul que ia para o Cambodia, a secretária me disse que tinha alguns ex alunos de lá e que de repente se eu os contactasse eles poderiam me ajudar ou dar algumas dicas. Mandei email para um deles que não só me respondeu como também se ofereceu para ser meu guia na cidade enquanto eu estivesse lá. Quando desembarquei lá estava ele com a plaquinha "Manoela Isidro - STC (nome da faculdade)" me esperando e cheio de planos/dicas para o dia seguinte.
Comi um lanche rápido, ele me deixou no albergue e dia seguinte eu estava pronta cedo para poder aproveitar o dia. Eu estava sentindo muitaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa falta do calor horrososo que nos faz suar o tempo todo, sol, abafado!! Mas fazer um tour com esse clima na verdade não é a melhor coisa do mundo. Porém prometi que nao iria reclamar, afinal de contas seria apenas por 4 dias e dava para aguentar.
Visitamos o Palácio Real (a atual residência do rei), Museu Nacional, visitamos algumas Pagodas - está para os Budistas assim como a Igreja para os católicos. É onde os monges rezam e moram - , Museu do Genocídio (sobre ele vou falar depois mais detalhes), comi uma comida tipica Khmer e fui em um mercado local famoso e conhecido por vender das mais diversas coisas para locais e turistas (Central Market).
Consegui fazer tudo em um dia porque comecei cedo, do contrário com certeza nao teria dado tempo porque o calor e o trânsito de um lugar para o outro são insuportáveis. Aliás isso é muito curioso: No Cambodia, 70% da população não usa carro e sim motocilcletas OU tuk tuk. Além disso, NÃO EXISTE sinal de trânsito... quer dizer, existir eles existem, estao lá pendurados mas ninguém usa. Os cruzamentos são verdadeiros CAOS, é um ninho de magafafa que ninguém entende. Passa um de carro de um lado, aí vem 15 motos do outro e mais um caminhão, enfim... uma zona! No entanto me chamou a atenção a forma como eles lidam com isso. Não tem ninguém xingando ninguém se o carro do lado dá uma cortada ou fura o sinal, aqui predomina a lei da gentileza pois se um motorista está vendo que vem outro, ele pára e espera e se não parar, no caso desses cruzamentos loucos, eles simplesmente reduzem a velocidade e assim todo mundo passa feliz da vida e sem se estressar.
O Palácio Real

E os belos detalhes do telhado




Um jardim na parte de trás
Central Market

TUK TUK, o meio de transporte mais fácil e rápido da Ásia
Isso inclusive resume o jeito que eles tratam o turista. Quando vão te vender algo, eles dão o primeiro preço, você recusa e eles pedem para voce dar o preço, no final eles falam assim: Bom preço, para todos ficarem felizes!
(Falando em mercadinho comprei várias coisinhas fofas no mercado, apesar de nao saber onde e como irei levar para o Brasil, hahaha. Mas decidi pensar nisso so mais tarde... daqui um ano mais ou menos.... :o) ).
Sobre o Museu do genocídio é o seguinte: Na década de 70 o Cambodia (uma ex-colônia francesa), depois de passar por uma guerra civil que ocorreu no governo de Lon Nol, teve a capital Phnom Penh conquistada por um grupo local chamado Khmer Vermelho (Nome oficial: Khmer Rouge) que obrigou esse político a depor e se exilar. Esse grupo instalou um verdadeiro regime de terror na cidade, prendendo seus supostos opositores (na grande maioria intelectuais, médicos,monges, professores, advogados E suas respectivas famílias incluindo as crianças) e os torturando até a morte na prisão estabelecida na cidade. O resto da população foi obrigada a ir para o campo e a cidade virou praticamente uma cidade fantasma, com apenas 40 mil habitantes.

Esse Museu do Genocídio era uma escola muito tempo antes do Khmer usá-la como prisão e hoje se tornou um local disposto a contar toda a verdade, sem censura no intuito de finalmente denunciar as barbaridades que foram feitas ali. Por conta disso, o lugar tem uma energia mega pesada e é impossível entrar lá e não sentir isso (são 3 prédios mas eu só aguentei ver 2).
Você pode visitar os quartos e ainda ver as camas usadas para a tortura, assim como ver as fotos das vítimas pois tudo era devidamente registrado pelo regime. A estimativa é que mais de um milhão de pessoas foram assassinadas....

E no meio de tudo isso é incrível e admirável ver um país que passou por anos terríveis não ter se rendido a esses tristes episódios. A natureza amigável e solícita da população é algo inexplicável e comovente. Eles te olham, encaram mas é apenas curiosidade. Basta você dar um sorriso que a amizade está feita ali e eles fazem de tudo para te ajudar, tentam falar inglês e sempre te agradecem por ter visitado o país deles. Eles são extremamente orgulhosos da sua cultura, sua lingua e sua história....


Esse foi um primeiro dia que valeu por váriosssss pois foram várias informações novas! Mas mal eu sabia que o melhor estava por vir. Cenas dos próximos capítulos: Passeando por Siem Reap!! :o)


CURIOSIDADES:

- Até hoje existem casamentos arranjados ainda na capital, onde os noivos SÓ se conhecem na hora do casamento.
- Para casar (isso é geral) o noive tem que pagar o dote da noiva e o dinheiro é usado para fazer a festa de casamento.
- A maioria das crianças NÃO frequenta escola porém por conta do turismo eles sabem falar inglês muito bem.

Como chegar: Na Ásia o que não falta é opção de companhias aéreas. Se você vem da Coréia do Sul recomendo a Korean Air. Mas também tem a opção da Vietnam Airlines que pode ter tarifas melhores e pra quem pensa em parar no país é perfeito.
Se você sai da Malásia, use a Air Asia.
Onde ficar:
Mesmo em se tratando da Capital do Cambodia, a cidade ainda é meio limitada para albergues. Tive medo de chegar lá sem hospedagem e não achar mas é bobagem... lá o ideal é escolher vendo. Esse albergue ficava numa rua cheio de outros albergues (e muitos melhores também) mas apesar de simples o atendimento foi muito prestativo (como todos no país) e por uma noite foi ok.
Visto: O visto pode ser aplicado online no site Cambodia visa, muito fácil e rápido pois recebemos o visto no email que informamdos. Custa 45 dólares.

7 comentários:

  1. Oi filha,
    Amei tudo que vc escreveu, fantástico!!!Viajamos junto com vc cada vez que vc escreve, as histórias e fotos são maravilhosas. Aproveite cada minuto das suas folgas e sempre ensine algo mais para nós sobre esta cultura tão diferente.
    Bjs e TE AMO MUITO!!

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  2. Amei Manu, tô viajando com vc...
    A aula de história tb foi tb, bjussss

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  3. Menina, que aula de história!Estou amando ler o seu Blog!Maravilhosa idéia!Beijos...Cristina

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  4. Oi amiguinha,

    adorei as fotos de Seuol! Fiquei louca com a loja de departamento, rs. Os objetos de decoração também são tudo! Você vai voltar mais mística do que já é, pode apostar! E se encontrar mais um Budinha pela frente alise a barriga dele e me mande as vibes via pensamento. Também estou precisando que nem sua amiga!

    Beijos!

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  5. OBS.: Fiquei pasma com essa história do Museu do Genocídio. Se eu entrasse lá certamente ia passar mal, ficar tonta, com falta de ar e o escambal...tive essa sensação no Centro Cultural de Justiça Federal, na Cinelândia, ao visitar um antigo tribunal. Mas o que vale é a experiência, as mil sensações diferentes que você vivencia. Muito curioso isso, Manu!

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  6. Oi Manu, ontem colocamos um comentario, mas parece que não entrou...
    Por favor, gostariamos de saber se vc conhece ai na Coreia, a cidade de Busan e o parque Seoraksan National Park, vale visitar?
    Mais uma coisa, desculpe por tantas perguntas: Vc tem o nome dos Hostels Albergues no Camboja(Phnom Phem e Siem Reap) e Kuala Lumpur? Se puder nos responder agradecemos muito!!
    Obrigada, Beijos. Ellen

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