A Pérola do Adriático, é assim que Dubrovnik é oficialmente chamada pela Unesco - e não é a toa que está lista de Patrimônio Mundial da Organização – pode ser descrita já nos primeiros minutos de visita como a experiência mais próxima de se voltar no tempo em grande estilo, com direito a uma cidade medieval completa, com uma ponte levadiça na entrada, fortes protegendo a cidade, um prédio que na época das grandes navegações servia como alfândega local e claro, a coluna onde eram anunciado os decretos.
Dubrovnik surgiu da fuga de dois povos, após o fim da cidade romana que os abrigava. Com a necessidade de se proteger um deles se abrigou numa ilha e construíram no século VII os primeiros indícios das muralhas que conhecemos hoje. Ao mesmo tempo, no continente o outro povoado se abrigou e alguns séculos depois o canal que separava ilha e continente foi aterrado e surgiu Dubrovnik. Parece que foi simples mas durante todo esse tempo inúmeros cercos inimigos foram contidos e felizmente superados com a assistência das muralhas que circundavam toda a cidade, são 2 km de extensão e 25 metros de altura.
A entrada da cidade se dá por uma única porta, com uma ponte levadiça que fechava todas as noites e cujas chaves ficavam sob poder do príncipe. Ao atravessar esse portão lembre-se: ele foi construído em 1537 e logo acima, o patrono da cidade - São Brás adorna o seu topo e protege a cidade.
É muita informação junta, então vamos por partes.... o ideal é primeiro reconhecer o território. Andar a esmo pela cidade velha vai te ajudar a ver que nem é assim tão gigante quanto parece e quando finalmente você já estiver familiarizado, compre seu ticket para circundar a cidade pelas muralhas. Demora bem menos de 2 horas e a vista compensa todo e qualquer esforço. Existem duas possibilidades de entrada: logo após o portão principal, em frente a Fonte de Onofrio OU pelo Portão de Ploce (Eu recomendo a primeira opção porque acho que faz mais lógica começar das escadas que ficam na entrada). Lá de cima o que vai chamar mais atenção são os dois primeiros marcos da construção: a Torre Bokar e o Forte Lovrjenac, que fica fora das muralhas e foi um instrumento importantíssimo para proteção da cidade por terra e por mar. E as aguas azuis e o contraste com a cor tijolo das casas? LINDO!!!
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A entrada para as muralhas é bem em frente a Fonte Onofrio,
que já foi um dia a fonte de água da cidade. |
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Na parte inferior da foto uma parte da Torre Bokar e em
frente o Forte Lovrjenac. |
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Forte Lovrjenac no detalhe |
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E seguindo pelas muralhas, essa é o exemplo de
uma das vistas que podemos admirar |
Um ponto muito curioso é o seguinte: apesar da cidade cercada por muralhas ser um grande museu a céu aberto, esse "museu" continua sendo habitando como era há séculos atrás. Tudo isso em harmonia com a história e o passeio dá bem idéia disso. São roupas estendidas no varal, algumas antenas de televisão, uma quadra de tênis entre prédios antigos e restaurantes e hotéis espalhados por todo lugar.
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Olha que fofo!! |
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Vida normal para aqueles que moram dentro das
muralhas. |
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A modernidade que chega em qualquer
lugar. |
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Você vai ver esse restaurante lá de cima, chama-se Lady Pipi,
recomendo muito ir. Comida maravilhosa, a melhor vista da
cidade e preço justo. |
E aproveite para admirar tudo no caminho e também focar naqueles pontos que você desejar ir quando descer, foi isso que fiz com o restaurante que vi lá de cima. Então, siga para os dois últimos marcos: o Forte Revelin e a Torre Minceta, que fecha o passeio nos levando de volta para o lugar que entramos.
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Torre Minceta ao fundo
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A caminhada |
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Vista geral da cidade entre os dois marcos mencionados,
dá pra ver a cidade toda. |
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E para fechar, quase uma hora e meia de caminhada é
compensada com essa vista, né? |
E dentro das muralhas as atrações não acabam nunca, vou destacar aqueles que merecem uma paradinha com mais tempo: a Torre do Relógio com a Coluna de Orlando na frente, onde os decretos era expostos e a Igreja de São Brás, Palácio de Sposa (era a alfândega da época e hoje um Museu com uma coleção milenar), Palácio do Reitor (era a casa do governador da cidade), Mosteiro Dominicano e Museu e a praça onde ocorre a feira matinal.
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Coluna de Orlando e Igreja de São Brás ao fundo |
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Palácio de Sposa |
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Palácio do Reitor |
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Mosteiro |
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Praça da feira matinal |
Mas não podemos nos esquecer dos intrigantes corredores com bares, cafés, restaurantes para se deliciar depois das longas caminhadas durante o dia.
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Restaurantes e cafés |
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Agora esse corredor tem casinhas ao redor. |
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De noite!! |
Saindo de Dubrovnik, eu recomendo o passeio para uma das ilhas perto. Eu escolhi Lopud, com um ferry que sai do porto da cidade. Essa é umas das ilhas que formam as Ilhas Elafiti e a praia de Sunj é um refúgio perfeito para os que gostam de sossego. Na chegada oferecem bicicleta pra chegar na praia mas não é necessário. Pode ir andando mesmo (de bike eu SOFRI porque tem muita ladeira e eu não dei conta, resultado, carreguei a bicicleta pra cima e pra baixo) ou pegar um taxi, que são naqueles carrinhos de golf.
Essa praia de areias escuras é cercada de bares e restaurantes simples, escolha o Rajski Kutak Bindo, com cervejas do mundo todo e vários petiscos deliciosos para os que curtem frutos do mar.
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A pequena ilha de Lopud |
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A Igreja da ilha |
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A caminha da praia de Sunj |
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Praia de Sunj - a areia é escura mas as aguas ainda
são azuis |
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A simplicidade do restaurante que falei:
Rajski Kutak Bindo |
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A comida: lula grelhada, lula empanada
e MUITA cerveja. |
Como chegar: Estava em Hvar mas queria seguir para Dub de carro. Com isso voltamos de ferry Hvar - Split saindo as 06:30 da manhã. Chegando em Split, seguimos até o final da Riva na direção contrária ao porto para achar as empresas de aluguel de carro. Encontramos a Hertz e a Last Minute. (Dica MUITO importante: se optar pela Hertz faça a reserva com antecedência pois cheguei lá e os carros estavam esgotados nos últimos 3 dias). A opção foi a Last Minute, um carro básico por 90 euros com seguro + GPS + 190 Kunas de gás.
A viagem durou 4 horas e meia passando por uma cidade da Bósnia onde pedem para mostrar passaportes mas sem muito drama.
Onde ficar: Fiquei na Villa Alliya, casa de duas simpáticas irmãs que me receberam muito bem. Basicamente em Dubrovnik todos os croatas tem um quarto na casa para alugar e foi essa minha preferência para pegar algumas dicas locais. Um quarto enorme, super limpo, com uma cozinha improvisada e um banheiro fofo. Exatamente o que precisa já que a intenção era apenas dormir.
Na cidade você tem 2 opções de hospedagem: dentro das muralhas, na cidade velha ou fora dela. Dentro, apesar de único é também caríssimo - até mesmo albergues - e fora você tem todas as opções possíveis: Hotéis caros - vide Hilton -, hotéis 4, 3 estrelas, Bed and Breakfast, quartos, albergues, guesthouses e afins.
Além disso também tem a questão da localização. Claro, mesmo fora da muralha, quanto mais perto dela mais caro e também mais barulhento e muvuca. Eu preferi além de casa de família, um local distante onde eu pudesse ficar no vuco-vuco de manhã mas se cansasse pudesse fugir do barulho. A casa das irmãs é longe do centro, apesar de dar para ir andando encarando uma mega escadaria, mas também tem a opção de ônibus na porta. Se voltasse na cidade nem pensaria, com certeza ficaria lá novamente.
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Vista maravilhosa da casa da cidade toda! |
O que fazer: Além das atrações já citadas, tem outras coisas muito legais para se fazer estando em Dubrovnik. Na cidade mesmo um passeio muito recomendado mas que não tive tempo de fazer foi a ida a Petra, um bondinho que leva ao ponto mais alto da ilha - 405 metros de altura - que dizem ter uma vista maravilhosa. Depois, a sugestão é visitar as outras ilhas próximas: Lokrum ou Elafiti.
Mas não limitado a cidade, muitos que visitam Dubrovnik dão uma passadinha por Korcula, pelos Jardins de Trsteno e no famoso Parque Nacional de Mljet. Essa enorme lista de "outras coisas" para fazer é a prova clara da Croácia ser uma fonte interminável de descobertas. Não consegui fazer essas atrações citadas aqui mas como elas estão na minha lista "to do" da próxima viagem, acho importante informar para aqueles que vão passar mais tempo no país.
Custos: Um dólar vale mais ou menos 5,80 Kuna, sendo assim segue uma listinha dos preços
que você vai ver por lá.
Pedágio a caminho de Dub: 20 Kuna
Ônibus em Dub: 15 Kuna - comprado no ponto do ônibus
Ingresso para dar a volta nas muralhas: 70 Kuna
Restaurante Lady Pipi: 140 Kuna
Aluguel de cadeiras na praia de Lapad: 30 Kuna
Aluguel de bicicleta em na ilha de Lopud: 60 Kuna
Ticket com a Jadrolinija para Lopud: 41 Kuna
Água: 10 Kuna
Quer ver mais sobre Croácia??? Visite AGORA Split e Hvar !!!